
Nasceu um Bem-te-vi nas redondezas da minha janela, e ele começou a cantar. Não sabia cantar, mas não desistiu, todos os dias bem cedinho, antes do sol sair, na minha janela se colocava e cantava: Bem-te-vi! Bem-te-vi! Bem-te-vi! (não conseguia falar com clareza, as palavras saiam truncadas), todos os dias, naqueles mais sombrios, na minha janela escutava: Bem-te-vi! Bem-te-vi! um som inconfundível porque as notas, ainda erradas, fizeram desse passarinho único, para que eu não errasse, para que eu o identificasse, para que eu o amasse. Bem-te-vi! todo dia bem de manhã canta a sua música para mim como se dissesse sou eu, não te esqueci, sou eu mesmo, estou aqui, olha claudia eu tenho prazer em cantar para você. Tem mais de um ano que o Bem-te-vi vem à minha janela cantar para mim, o canto dele continua único, inconfundível.